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28/03/2010

LUA E SOL


Conta-se, que há muito o Sol andava tristonho pela Terra. Seus raios, já não eram tão "fortes" como antes e por mais que o fizesse, sempre era encoberto por alguma nuvem escura que percorria o céu num forte vendaval.


Os pássaros, as flores, os animais, todos se questionavam sobre o distanciamento do sol. E numa manhã; que seria bem mais bonita, se o Sol estivesse com seu esplendor total; uma ave de voo inigualável chamada Condor; arriscou-se e quis tentar conversar com o astro rei. O sol percebendo a dificuldade do Condor para se aproximar, tranquilizou-o dizendo:

- Linda ave; de vôo quase perfeito, porque queres chegar a mim, se estou por toda parte deste planeta?

O Condor ouvindo a pergunta do Sol lhe respondeu, já exausto pelo voo:

- Gostaria muito de saber o que lhe deixa tristonho.
O planeta está quase sem tua luz: os pássaros já não sabem mais para onde ir; as flores, principalmente o girassol; já não sabe mais se fica acordado ou se dorme; os animais já não sabem
mais se ficam em suas tocas ou saem para caçar; as lavouras estão se perdendo...
Tudo está tão confuso, que resolvi arriscar este voo e lhe perguntar qual seria o problema.

O Sol percebendo a preocupação do Condor disse-lhe:
- Não sabia que estava causando tantos transtornos!
Confesso que me absorvi em meus pensamentos, que não me dei conta do que estava fazendo.
Posso tentar solucionar isto tudo; prometo tentar...

O Condor percebendo a "dúvida" que ficou nas palavras do Sol, ainda insistiu na mesma pergunta: - Mas o que está ocorrendo, que lhe tirou a atenção do resto do mundo?

Poderia lhe ajudar, se você me dissesse o motivo.

O Sol ainda encoberto, disse-lhe: - Acho difícil alguém me ajudar... Muito difícil mesmo...
E já que está disposto a conversar, diga-me: você já amou alguém Condor?

O Condor apoiou-se nas encostas de uma montanha; abaixou sua cabeça sem olhar para o abismo e respondeu: - Sim, já amei...
Amei uma linda ave, que não era um Condor... Amei e sonhei... Muito...
E porque você me pergunta isto?

Você que é o Sol! Que possui bem mais dotes do que eu; que possui o poder em suas mãos?
Não é possível que não consegue conquistar o amor de sua amada?
Qualquer dama, se renderia à sua luminosidade; ao seu esplendor; ao seu magnetismo natural;
ao seu calor...

E antes mesmo que o Condor continuasse, o Sol o interrompeu dizendo:
- Qualquer uma, menos ela...

O Condor já intrigado de tanta curiosidade, então perguntou:
- Quem Sol? Quem é ela?

Que dama lhe ofusca os olhos?

O Sol, então olhou para o infinito
e disse-lhe com o semblante bem tristonho:
- A Lua... A Lua, amigo!

Neste instante o Condor em respeito ao Sol,
segurou seu sorriso e disse-lhe:
- A Lua?
Como você apaixonou-se por ela?
Como isso aconteceu?

O Sol percebendo o espanto do Condor, lhe respondeu:
- Aconteceu, que nos encontramos por algumas vezes...
Em frações de segundos em alguns lugares, mas nos encontramos!
Por que você está surpreso com isso?

O Condor percebendo que o Sol já estava se exaltando, tentou explicar:
- Por favor amigo, não quero que fique nervoso comigo.
Apenas estranhei a Lua ser sua amada...

- Como estranhou?
Nunca lhe perguntei a quem você amou e se tivesse dado certo, você não me responderia
da maneira como me respondeu!

O Condor então disse:
- Sim, você está certo... Desculpe-me!
O que estranhei, foi que você viu muito pouco esta bela criatura, para poder se apaixonar por ela.

Neste instante o Sol então respondeu: - Sim muito pouco... Muito pouco mesmo... Mas nestas poucas vezes, enxerguei dentro dos olhos dela. Vi toda a beleza que ela trazia dentro de si...
Enxerguei o seu coração... Senti-o bem próximo a mim... Acreditei naquele olhar... Vi cumplicidade... Vi entrega... Vi amor...

O Condor, observou que o Sol lhe falava, mas seus olhos ficavam fixos no infinito, procurando talvez os olhos da Lua.
Então disse-lhe: - Ora, ora amigo, tenho que pensar em uma maneira de lhe ajudar.
E lhe ajudando, estarei sendo ajudado... não só eu, todo o planeta!

O sol com mais emoção então perguntou:
- Como você poderá me ajudar?
- Devagar amigo!
Primeiro preciso me encontrar com alguns amigos de hábitos noturnos e depois lhe darei a resposta.

E o Condor saiu voando mais que rapidamente e em menos de 5 horas; quase à noitinha, apareceu junto à encosta de uma montanha, onde o Sol já se reclinara para adormecer e disse-lhe:

- Veja amigo, o que trouxe junto a mim!
São vários amigos de hábitos noturnos e todos eles estão dispostos a lhe ajudar, se você continuar durante o dia no céu, mais forte do que nunca! É esta a única condição imposta por eles, para lhe ajudar!

O sol intrigado com tantos animais ao seu redor, então os perguntou:
- Então digam, o que vocês fariam?

Neste instante uma coruja, com a fisionomia bem experiente e sábia, disse-lhe:
- Levaríamos à Lua, seus recados; suas notícias...
Tudo que precisar!

O Sol neste momento bramiu com grande satisfação ao dito pela coruja.
E depois sorriu aliviado dizendo:
- Então digam a ela uma "coisinha" muito importante; que nunca tive tempo para dizer;
pois quando nos víamos, ficava tão preocupado pelo pouco tempo de encontro; que esquecia de lhe dizer...

Diga a ela, que a amo! Que a amo, mais do que tudo! Que estarei sempre esperando para nos encontrarmos! Que serei guardião do dia e ela será a guardiã da noite... E trabalhando juntos,
os dias e noites se passarão sem erros e nos veremos novamente! E quando nos encontrarmos novamente, a amarei mais e mais... Nem que demore meio século para este encontro, mas a amarei!

Os animais neste instante se emocionaram com a clareza e transparência do Sol. Agora sim, ele foi sincero em seu sentimento. Ele não o escondeu entre as nuvens escuras e não teve medo de falar o que sentia.

E a noite chegou. A primeira a levar o recado foi a coruja. Do alto de uma árvore, disse à Lua as palavras do Sol.

Naquela noite, uma chuva muito branda, mas "molhada", molhou a Terra. Cada gota de água da chuva, representava emoções e sensibilidade da Lua. Cada gota de chuva representava lágrimas de amor da Lua! Lágrimas de esperanças... Lágrimas de satisfação... Lágrimas de confiança... Agora a Lua sabia que não estava só... E um dia, se encontraria novamente com o Sol... Nem que demorasse meio século... Mas o encontraria... Na imensidão do tempo...

Ao "Sol " e a "Lua " que existem dentro de todo ser humano; que as nuvens e turbulências, apenas dêem um sentido maior a existência desses dois seres!


Fonte:http://luamizade2.blogs.sapo.pt/arquivo/502857.html

2 comentários:

Viveka disse...

Realidade.
Lindo texto, gostei muito.
Beijinhos

Daniela Limberger disse...

Muito bom o teu blog!!! Não e conheço, mas salvei nos maus favoritos para ler sobre os vários temas interessantes qua achei aqui. E parabéns por divulgar informações da luz!!!

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