Leva o pensamento à montanha
E devolve a luz numa canção
Norma Villares 26.04.2010.
Era uma vez... E uma vez se foi...
Nas histórias de uma memória viva, num reino que dista sem ser distante. Num rico paraíso de luz existia uma belíssima montanha do amor rodeada por vales perfumados e poesia onde tudo era vivificado em pura magia...
Nela vivia e saltitava um alegre e solitário coração de cristal que cintilava pela vida com o brilho do universo festivo.
E com uma alegria sem igual subiu ao pico mais alto da montanha do amor e, encontrou outro coração de cristal. E respirando na pura brisa da montanha do amor, deixaram ser tocados sutilmente pela energia do coração. Os brilhosos corações abriram seus tesouros d'almas e, se uniram num festival transcendente do caminho misterioso do amor, e a sublimidade cantava louvores doando reluzentes jóias semeadas no poço das virtudes. E todos os verbos conjugados eram mágicos, evocando a quimeras e humanitários sonhos de amor incondicional...
A fonte foi buscada e a essência encontrada... No reencontro da magia do amor toda vida iluminava-se. Era o fulgor dos brilhos que se elevava e se tornava uno com o Divino. E o desabrochar do amor enriquecia os tesouros d'alma e os corações extasiavam-se com suas riquezas pessoais. Muito idealismo, aventura e senso de liberdade revelavam um encontro comprometido, vivendo cada momento auspicioso.
Mas eram corações desajeitados e cheios de equívocos, sem saber tocar os pés no chão, deixaram de assumir o primeiro passo importante de um relacionamento responsável e maduro. Não cumpria o que prometia, fugindo como adolescente apavorado ao sinal de responsabilidade. Foi mostrando-se descomprometido com o amor, e sem se preocupar com o futuro nada queria aprender para instalação do novo. E sem qualquer preparo para as armadilhas do velho com roupagem do novo, um coração demonstrava apenas o interesse de ser enaltecido ao praticar esse jogo do amor. E sem querer querendo, um coração quebrou o outro coração de cristal e, foi-se embora sem se importar com os estragos que para trás deixou...
E para não quebrar a harmonia da Montanha do Amor, esse coração teimoso e obstinado não tinha mais o direito de viver na mágica Montanha do Amor, a não ser que ele amadurecesse...
Se ainda não aprendemos amar, não estudamos sobre o amor, não sentimos o amor, sempre afetamos outros corações. Em primeiro lugar precisamos ouvir nossas idiossincrasias e aceitá-las, por mais equivocadas que sejam, e depois caminhar inteiros, plenos de lucidez pelos vales floridos na linda e mágica montanha do amor. Essa montanha, esse vales perfumados ajudam despertar o melhor da alma no tesouro da essência.
Mas coração despedaçado só conhecia a melancolia, as lágrimas brilhantes derretiam-se nos cacos de cristais coloridos, e transmutavam-se em pisca-piscas cintilantes brindando a nova vida que descortinava ante a dor.
Eram cacos de cores coruscantes e cada um deles guardavam as sementes do puro amor, que jazia inerte sem saber o novo rumo a ser tomado. Mas, o novo clama e o espaço estava aberto para grande transmutação...
O pedaço de cristal branco sorria de pura paz e transformava em fonte pacífica partejando harmonia. O caco rosa representando o amor leal, vibrava intensamente no amor incondicional. O lilás enaltecia a cura, que por sua vez vestia de azul real brindando a serenidade. Outros cacos brincavam em puro regozijo vestindo-se de vermelho, amarelo e abóbora distribuindo calor humano e alegria genuína. E a prosperidade fazia-se presente no caco verde que se multiplicava em mil cores gerando a abundância cósmica. E sem igual o prateado e o dourado coroava em beleza sem igual, a vida nova do ex coração de cristal.
Essas cores vibrantes como um arco-iris, corriam faceiras e com ligeireza ímpar criavam redomoínhos de amor rogando ao Divino um lugar ao céu.
Em resposta, o grande Arquiteto Cósmico com generosidade de sublime afeição e carinho foi juntando os cacos de cristais do coração choroso e, promoveu a luminosa iniciação deles no portal do caleidoscópio...
Cada caco tinha brilhos faiscantes que tocado no claro instante ingressava-se de mansinho no grande ritual de passagem para feliz transmutação.
Tudo era música, beleza e poesia, pois nos cacos de cristais somente existia, transmutação e estesia, pois a borracha da vida limpara o passado de agonia e, nada mais restava da antiga dor...
Eles corriam e abrilhantavam a vida nova, e descobriam que sentimentos e dores, são cacos faiscantes no baile dançante no poço da alquimia.
Eis que surge de repente um resplandecente caleidoscópio, e esses cacos reluzentes que o compunham nada sabia da vida de outrora, apenas sorriam com a vida de aurora abrindo-se ao novo do "agora".
Assim nasceu o caleidoscópio na montanha do amor, abrilhantando a vida de amor em prosa e poesia, um misto de luz e agonia... E que agora só conhecia o brilho da luz, fonte de alegria e amor numa vida de ventura e puro primor.
Fonte: GIF ANIMADO. http://media.photobucket.com/image/caleidosc%2525C3%2525B3pio%20gif%20animado/majo
Sublimes abraços
No meu olhar luzes brilharam.
E tua presença, silenciosa atua.
Minha face enrubesceu.
Teu encanto singelo insinua.
Descortina o véu da tua alma,
pra minh’alma pode comê-lo.
Dá-me teu eu sincero,
busca-me naquilo que é teu.
Não há coração aberto,
sem dar-se o íntimo do eu...
Abertura essencial pede silencio...
E o véu descortinará singelos corações felizes.
Sorrindo no baile da vida brincando com o puro de amor...
Norma Villares
02.12.2009