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27/11/2009

A BONDADE


Nosso destino está baseado em nossas ações e grandes ações estão baseadas em nossos valores inatos verdadeiros.

Cada um de nós pode desenhar um grande destino ao simplesmente semear as sementes das ações corretas.

Alguém um dia disse:

Não almeje ser grandioso, simplesmente almeje ser bom e você se tornará grandioso.

Se todos nós, tão imbuídos de egoísmo, deixássemos por um momento de pensarmos apenas em nós mesmos, em nossos infortúnios, observaríamos que bem próximo a nós existe alguém que atravessa dificuldades maiores que as nossas e que precisam de apenas um olá, uma conversa ou mesmo de uma mão amiga que possa ser conforto e força para seguir uma caminhada árdua. A bondade é a salvação da humanidade, o único caminho certo.

O bem que fazemos a alguém é revertido para nós em bençãos e amor.

Quem dá amor, recebe amor.


Brahma Kumaris

26/11/2009

COMO TE AMO

Elizabeth Barrett Browning

Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.


FOTOGRAFIA. UMA RELÍQUIA

Essa foto é uma relíquia e foi tirada em 1918, e o incrível é que esta foto, tirada há tantos anos, ainda exista. São 18.000 homens preparando-se para a guerra num acampamento de treinamento em Camp Dodge, no Iowa.
Pense nisto, são dezoito mil homens.

Dados da Foto

Base de Ombro: 150 metros
Braço Direito: 340 metros
Parte mais larga do braço segurando tocha: 12 1 / 2 m eet
Polegar direito: 35 metros
Parte mais espessa do corpo: 29 pés
Mão esquerda comprimento: 30 pés
Face: 60 pés
Nariz: 21 pés
Longest Spike pedaço de cabeça: 70 pés
Tocha e chama combinado: 980 metros
Número de homens na chama da tocha: 12.000
Número de homens na tocha: 2.800
Número de homens no braço direito: 1.200
Número de homens no corpo, cabeça e equilíbrio da figura apenas: 2.000
Total de homens: 18.000

Esta relíquia vai ficar guardada aqui no neste blog.
Melhores abraços

22/11/2009

O LIRISMO DE CECÍLIA MEIRELES




"Modinha", ganhou versão musical feita pelo cantor e compositor Carlos Walker. A canção está presente no disco "A Frauta de Pã" (Frauta, com "r" mesmo), lançado em 1975 pela RCA Victor. Não por acaso, o LP - o primeiro do artista - foi dedicado à memória de Cecília Meireles e de Cassiano Ricardo, dois dos maiores poetas da língua portuguesa. Um disco muito bom para ser ouvido, com destaque para a presença João Bosco ao violão, acompanhando "O Cavalheiro e os Moinhos" (Bosco/Aldir Blanc), além da bonita interpretação de "Um dia", uma das primeiras composições de Caetano Veloso.

A novidade é que Carlos Walker retorna ao disco neste ano de 2009 com o lançamento do CD "Fio da canção", o terceiro disco solo da carreira, e o primeiro só de inéditas, compostas em parceria com engenheiro Lúcio Gregori, que aos 72 anos se descobre como compositor. O segundo disco foi o elogiado "Onda", tributo ao 60º aniversário de Tom Jobim, já relançado em CD. O novo trabalho traz arranjos do maestro e pianista Laércio de Freitas, e participações de músicos da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) e da cantora Ná Ozzetti na faixa "Valsa da onda que volta".

Walker revela que a proposta do novo CD é desenvolver o lado autoral, pois os discos anteriores destacaram mais o intérprete de outros compositores. O artista tem no currículo parcerias musicais com João Gilberto (Regata), Aldir Blanc (Estrada da intemperança) e Hermeto Paschoal (Desencontro certo, entre outras). Apontado pela crítica especializada na década de 70 como uma das vozes mais promissoras de sua geração, Walker destaca que "Fio da Canção" dá um original olhar sobre a Bossa Nova, pois em 2008 durante as comemorações do cinquentenário do movimento musical percebeu que todo mundo só gravou remakes de antigos compositores. Por esse motivo, a dupla de compositores decidiu recriar, usando elementos retrô-chiques da própria estética bossanovista.

O artista começou aos 14 anos, quando encantou o júri formado por Alaíde Costa, Johnny Alf e músicos do Zimbo Trio, e venceu o Festival da Moderna Música Popular, em Santos. Teve o aval de artistas como Elis Regina, Antonio Carlos (da dupla com Jocafi) e de sua esposa na época, a cantora Maria Creuza, que o levaram até a gravadora RCA, por onde lançou em 1974 o primeiro disco, um compacto simples produzido por Sérgio Cabral com "Alfazema" (incluída na trilha sonora da novela O Espigão). Ainda nos anos 70 esteve presente nas trilhas nacionais de "Escalada" (Beatrice) e "Gabriela" (Adeus, de Dorival Caymmi), todas da Rede Globo.

Walker, que também é astrólogo e publicou livros sobre o assunto, já tocou e gravou com Egberto Gismonti, Piry Reis, Yuri Poppof, Romero Lubambo, entre outros. Em 2005, apresentou o show "Retrato em branco e preto', ao lado da cantora Alaíde Costa. Também canta na abertura feita por Marcello Dantas no vídeo premiado sobre a poeta Ana Cristina Cesar.


"Modinha"

Tuas palavras antigas
Deixei-as todas, deixei-as,
Junto com as minhas cantigas,
Desenhadas nas areias.
Tantos sóis e tantas luas
Brilharam sobre essas linhas,
Das palavras que eram tuas
Das cantigas que eram minhas
O mar, de língua sonora,
Sabe o presente e o passado.
Canta o que é meu, vai-se embora
Que o resto é pouco e apagado.



A poesia Cecília Meireles (07/11/1901 — 09/11/1964) é considerada o mais elevado lirismo da moderna poesia de língua portuguesa. O seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, acerca-se da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo... A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.




Fonte:

http://www.youtube.com/watch?v=tolZxKTfHmM
http://www.youtube.com/watch?v=VE0x1eLkVQI&feature=related

SOBRE A MORTE E O MORRER


O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de
um ser humano? O que e quem a define?


Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...”

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas:

"Para tudo há o seu tempo.

Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.


Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3, de um grande escritor brasileiro Rubem Alves: quer conhecer tudo sobre o autor e sua obra em "Biografias".

Estamos temporariamente no quarto do LUTO, cada um em seu tempo exato faz a passagem para a pátria espiritual. Chegou a hora de meu mano partir, nesse momento é simplesmente deixar exaurir a dor da perda. Momento de silenciar e orar.

E a vida continua...


20/11/2009

CANÇÃO


Pus meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,

para meu sonho naufragar.

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e meu navio chegue ao fundo
e meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas coordenadas,
meus olhos secos como pedras
e minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meirelles


Matutando por matutar, fico a pensar nos muitos sonhos rico de idealismo e lirismo, que ficaram encaixotados e debaixo da cama... Chorarás porque perdeu de vista esses sonhos, afundados pela inanição de movimentos realizadores. Desapareceu no fundo do mar...

Outros sonhos que se perderam e afundaram por excesso de perfeccionismo, com medo de não naufragar, esse mesmo medo sorrateiro deixou as mãos duras quebradas, e o naufrágio...

E por naufragar e naufragar, e os sonhos nos mares bravios se perderam!?

Que ensina a mestria de Amyr Klink o navegador de mares bravios:

"O mar não é um obstáculo, é um caminho."

E os sonhos de Amyr onde estão?

"É preciso não esperar que as coisas caiam do céu, lutar por aquilo que se deseja, colocar as idéias e os projetos num papel e ser organizado." O sonho será realizado.

Os sonhos tem que vir navegar na superfície do mar da vida, sem estar entregue a sua própria sorte de mares profundos. Dá muito trabalho, exige amor e paixão. Um pitada de fé e coragem, força e movimento. Iniciar pensando, com certeza já realizei é a energia da fé, e iniciar com pequenas metas é o movimento da coragem.

Não tenho medo de tempestades, pois estou aprendendo a manejar meu barco". (Louisa May Alcott)

Claro que v
ai enfrentar tempestades, mas "mares calmos não fazem bons marinheiros", deixe as tormentas passarem, e se transforme num bom marinheiro(a).

Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades. (Epicuro).

Matutando por matutar, deixe seus sonhos navegar.

Eita!

18/11/2009

PACIÊNCIA




Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára...

Lenine e Dudu Falcão


Lenine e Dudu Falcão foram simplesmente ricos em beleza na poesia e melodia. Pura estesia!
A vida é tão rara, porque não parar um pouco e acalmar esse EGO de plástico cheio de tantas bobagens.
A vida é tão rara, quando trilhamos em direção da grande aventura do BEM!
A vida é tão rara, quando encantamos com a simplicidade das coisas!
A vida é tão rara, quando rimos mais e embelezamos o mundo com nossa alegria!
A vida é tão rara, quando crescemos e amadurecemos pelas intempéries do destino!
A vida é tão rara, quando esquecemos muito e perdoamos mais... faça sua parte.
A vida é tão rara, e somente quando percebemos de perto o fio da vida se esvaindo... é que realmente acreditamos que a vida é rara. Mas, não há mais tempo...

E assim poderíamos fazer uma lista enorme...
Faça sua lista pessoal de raridades (boas) acontecidas em seu caminho, antes que acabe seu tempo.
Será que temos ainda esse tempo pra perder?
Pense nisso!

16/11/2009

O BOM E O MELHOR


Estamos obcecados com "o melhor".


Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".


Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.


Bom não basta.


O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".

Isso até que outro "melhor" apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.


Novas marcas surgem a todo instante.


Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.


O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.


Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.


Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.


Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.


Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.


Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.


Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?


Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?


E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?


O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?


Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?


O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?


Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.


A casa que é pequena, mas nos acolhe.


O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.


A TV que está velha, mas nunca deu defeito.


Os seres humanos que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os seres "perfeitos".


As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo..


O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.


Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?


Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?



Leila Ferreira é autora desse texto, jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em Comunicação, em Londres. Apesar disso, optou por viver uma vidinha mais simples, em Belo Horizonte..



15/11/2009

ACALANTO


Seu canto canta baixinho

Soa sereno nos ouvidos meus

Insones pedaços em qualquer tom

Em compassos bem aprumados

Acalanta minh'alma sentida

Vívida com tanto amor...

E nos ricos tons e entretons

O bailado faz alegrias

Canta toadas que ecoam n'alma

Puro acalanto de noites douradas

Embaladas canções de ninar

Sorvidas em ricos sonhos pueris

Sentidos e vertidos

Exala fatal cheiro de amor

Que a venerada fonte doa... doa...

Tão linda noite de acalanto!

Que a brisa suave parteja em frescor

E nesse instante vibra suave cantiga

Doce encanto que a alma brotou

A alma feliz, vibrante de amor

Que na mala trás saudades recheadas

Da sossegada e sedenta vontade de amar

Acalanto que nasceu pra encantar

E depois e... Só depois...

Esse amor possa cuidar de nós

Venerar esse amor, venerando...

Simplesmente Venerando...


Norma Villares

25.02.2007







E agora é só curtir uma linda música na voz poderosa de Nana Caymmi e do genial Dorival Caymmi.

Pra vocês Acalanto!




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