Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas.
Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...
Cláudio Humberto, em 09 FEV 2007
POEMA INTEIRO, veja como é:
NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
Eduardo Alves da Costa
QUESTIONAMENTOS
Quem é o autor deste poema?
Este poema não é de Maiakovski, poeta russo "suicidado" após a revolução de Lenin. Ele nunca escreveu este poema no início do século XX.
Este poema é de Eduardo Alves da Costa, nascido em Niterói, publicado no livro "Os Cem Melhores Brasileiros do Século", organizado por Jose Nêumanne Pinto, pag. 218.. Ele garante que Maiakovski nada tem a ver com o tema, assim noticia a Folha de São Paulo, edição de 20.09.2003, na íntegra:
Um Maiakóvski no caminho
Esta confusão de 30 anos foi resolvida na novela "Mulheres Apaixonadas", este poema foi escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, era quase sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930).Na novela, Helena (Christiane Torloni) leu um trecho do poema, dando o crédito correto.
Eduardo Alves da Costa falou no Jornal a Folha:
Costa - uma enxurrada muito grande. Saiu em jornais com crédito para Maiakóvski. Fizeram até camisetas na época das Diretas-Já. Virou símbolo da luta contra o regime militar.
Como surgiu o engano?
Costa - O poema saiu em jornais universitários, nos anos 70. O psicanalista Roberto Freire incluiu em um livro dele e deu crédito ao russo e me colocou como tradutor. Mas já encomendei da França a obra completa do Maiakóvski. Quando alguém me questionar, entrego os cinco volumes e mando achar o poema lá.
É plágio?
Outro questionamento é o de plágio de um outro poema, um trecho de sermão, de um pastor luterano, alemão, da época do nazismo, Martin Niemöller, publicado 1933.
1º) Zuerst kamen sie für die Kommunisten, und ich war nicht Kommunist, und da hab ich nichts gesagt und nichts getan, und dann kamen sie für die Gewerkschaftler, und ich war kein Gewerkschaftler,und sie kamen für die Sozialdemokraten, und sie kamen für die Katholiken, und sie kamen für die Juden, und ich war keiner von denen, und dann kamen sie für mich, und da war keiner mehr, der schreien konnte.
2º) Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.
Fica ao critério de cada pessoa. Eu não vejo como plágio, existe pontos comuns, mas a criatividade há uma distância muito grande um do outro.
A verdade é que, o fragmento é belíssimo, muito forte e tem inteireza, porque não necesita de todo poema, é lido em todo o planeta correndo trechos pelo mundo à fora.
(Esta é uma cópia exato encontrado no Santo Google).
VIM DEIXAR UM MIMO... NO JARDIM DA MINHA VIDA, TEM UM SELINHO QUE FIZ PARA TODAS AS AMIGAS DO BLOGSPOT...VAI LÁ SE GOSTAR... FICAREI FELIZ EM VÊ-LO AQUI... BEIJOS...
Olá Socorro, grata pela presença e comentário. Com certe é belo este poema. Pois é, La Fontaine tem a Cigarra e Formiga, e Monteiro Lobato tem duas fábulas com a Cigarra e a Formiga Boa e Má. Abraços
Belíssimo esse poema, é muito conhecido, os outros eu desconhecia. Também não vejo como plágio, concordo com Angela. Norma veja meu espaço, ainda estou construindo. Já mudei o template, mas tem muita coisa pra fazer ainda.Beijinhos no coração
Parabéns pelo belo blog. Eu conheço este fragmento mas não conhecia o poema completo, e nunca soube das polêmicas, porque quando conheci sabia que era de poeta de Niterói. Eu estou com o blog e espero ajuda sua. Iniciando, mas seguindo as instruções estou me valendo daquele blog que vc me indicou, realmente é muito bom. Bj
ONG, realmente é FAZER que modifica a realidade. A omissão é grande mal para humanidade, o mínimo que podemos é FAZER alguma coisa. Obrigada pela visita e comentário. Abraços
Lindíssimo post este sobre a indiferença que não devemos ter. Parabéns.
Todos somos UM. Todos fazemos parte da mesma Realidade de tudo o que existe. Nas veias, para além do sangue temos também a seiva das árvores, o pó das estrelas e tudo quanto acontece, tudo influencia tudo.
Logo se cultivarmos a indiferença, o medo, a despreocupação, elas acabam por acontecer nas nossas vidas.
É a indiferença que paralisa diante de um medo inicialmente real, mas aumentado pelo imaginário. E assim, já não podemos dizer nada. Obrigada Isabel Abraços
29 comentários:
Esse texto é um clássico, e a essência da mensagem é de extrema importância. Bem lembrado! Bjs
Esse poema é lindíssimo, mas desconhecia os outros. Eu não vejo como plágio.
Questionam, La Fontaine e Monteiro Lobato.
Este é um cântico.
Beijinhos
Vamos dizer que é um belíssima coincidência...
Beijos... feliz fim de semana amiga...
Eles tem semelhança na denuncia ao comodismo, mas retratam problemas diferentes, o que tem de parecido mesmo é a reação das pessoas.
beijos
VIM DEIXAR UM MIMO...
NO JARDIM DA MINHA VIDA, TEM UM SELINHO QUE FIZ PARA TODAS AS AMIGAS DO BLOGSPOT...VAI LÁ SE GOSTAR... FICAREI FELIZ EM VÊ-LO AQUI... BEIJOS...
BOM FIM DE SEMANA...
Grata pela presença Fine Buiscuit, esse texto realmente é um clássico, e corre pelo mundo à fora. Abraços
Olá Socorro, grata pela presença e comentário. Com certe é belo este poema. Pois é, La Fontaine tem a Cigarra e Formiga, e Monteiro Lobato tem duas fábulas com a Cigarra e a Formiga Boa e Má. Abraços
Olá Zizinha, muito grata pela presença no blog, e com o coração enriquecido pelo mimo alquímico. Vou buscar o presente. Abraços
Belíssimo esse poema, é muito conhecido, os outros eu desconhecia. Também não vejo como plágio, concordo com Angela.
Norma veja meu espaço, ainda estou construindo. Já mudei o template, mas tem muita coisa pra fazer ainda.Beijinhos no coração
Olá NORMA: Parabéns pelo belo trabalho. Grato pelas visitas. Fienza contactar com: redacaocpibrasil@ymail.com Abrçs Roy Lacerda.
Yolanda, grata pela visita e comentário. Vou ver seu espaço na net. Abraços
Olá MOMENTO BRASIL, eu também agradeço a visita e o comentário. Farei o contato. Abraços
Parabéns pelo belo blog. Eu conheço este fragmento mas não conhecia o poema completo, e nunca soube das polêmicas, porque quando conheci sabia que era de poeta de Niterói.
Eu estou com o blog e espero ajuda sua. Iniciando, mas seguindo as instruções estou me valendo daquele blog que vc me indicou, realmente é muito bom. Bj
Obrigada Viveka, visitei seu espaço e está muito bonito também. Abraços iluminados
Amiga, mto bom este poema, em boa hora lembrado. Estes outros desconhecia. Bijus
Marcos sumido, onde andava. Esses outros recebi num email. Abraços sublimes
podemos fazer algo sempre mas tem de querer fazer este é mais difícil...paz
Olá NORMA: Fineza entrar em contato com:roylacerda@bol.com.br
Abrçs.
ONG, realmente é FAZER que modifica a realidade. A omissão é grande mal para humanidade, o mínimo que podemos é FAZER alguma coisa. Obrigada pela visita e comentário. Abraços
Roy já entrei em contato comn você. Abraços
Olá Norma,
Lindíssimo post este sobre a indiferença que não devemos ter. Parabéns.
Todos somos UM. Todos fazemos parte da mesma Realidade de tudo o que existe. Nas veias, para além do sangue temos também a seiva das árvores, o pó das estrelas e tudo quanto acontece, tudo influencia tudo.
Logo se cultivarmos a indiferença, o medo, a despreocupação, elas acabam por acontecer nas nossas vidas.
Viver é interagir, cooperar e relacionarmo-nos.
Um grande abraço
José António
É a indiferença que paralisa diante de um medo inicialmente real, mas aumentado pelo imaginário. E assim, já não podemos dizer nada.
Obrigada Isabel
Abraços
Olá Norma,
Não vou referir-me a algum post em especial porque todos são bons e os seus blogues são maravilhosos transmitem-nos muita Paz.
Muito obrigado por ter homenageado a grande Diva do Fado, Amália Rodrigues.
Gostaria de lhe dizer que o fado "O Grito" foi cantado no seu funeral.
Ontem ela foi homenageada em todo o Portugal e foi criada uma rádio com o seu nome.
Grande Abraço e muita Paz.
FrancK
Realmente ela é a Diva do Fado, nasceu pra ser que foi.
Que linda homenagem!
Ela merece.
Obrigada pela visita
abraços
Profeta, que bela poesia!
Às vezes esperamos demais.
Viajamos no mundo do ideal
Sem realizar nada
Precisamos da união dos homens de bem
Obrigada pela visita e comentário
Abraços e Profetadas
Este fragmento é belíssimo, e bem atual.
Eu também não vejo como plágio, cada um com seu tempo e sua história.
Bj
Obrigada amigo, eu também tenho a mesma opinião que você.
Melhores abraços
Eu conhecia o primeiro poema, mas os outros desconhecia, todos são fortes e reais.
Espetaculares
Bj no coração
a real historria nunca é divulgada ,antes do EDUARDO houve outra pessoa .
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